Campos Neto relatou que países vizinhos se mostraram interessados em implementar sistemas parecidos
Campos Neto: “A gente quer fazer um Pix, quer fazer uma coisa muito parecida e um custo muito baixo e um ‘time to market’ mais ou menos parecido com o que vocês fizeram” (Andre Coelho/Bloomberg/Getty Images)
Última atualização em 30/09/2022 às 13:58.
O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, disse nesta sexta-feira que a instituição vai realizar um evento em novembro para apresentar o Pix a outros países que tiverem interesse em implementar sistemas de pagamentos parecidos.
Campos Neto relatou que na reunião que teve com os presidentes dos bancos centrais da Colômbia, Leonardo Villar, do Peru, Julio Velarde Flores, e do Uruguai, Diego Labat, no início desta semana, ouviu que eles queriam implementar sistemas como o Pix em seus países.
“Eles falaram: ‘A gente quer fazer um Pix, quer fazer uma coisa muito parecida e um custo muito baixo e um time to market mais ou menos parecido com o que vocês fizeram. A gente abriu uma sessão em novembro com seis dias onde a gente vai basicamente mostrar tudo que a gente fez no Pix para quem quer fazer o Pix'”, disse Campos Neto.
Segundo o presidente do BC, a prioridade no momento é expandir o Pix para a América Latina. Ele relatou também que ouviu de Labat, do BC uruguaio, que as pessoas já estão fazendo Pix por lá.
“O presidente do BC do Uruguai me disse que as pessoas já fazem Pix em Real lá porque você tem um banco que consegue fazer o Pix e fazer a conta de compensação”, relatou.
Além da cooperação internacional, o Banco Central está trabalhando em possibilitar pagamentos internacionais por meio do Pix, como mostrou O Globo.
O projeto ainda está em fase inicial de concepção, mas a instituição também acompanha o desenvolvimento do Nexus, do Bank of International Settlements (BIS), considerado o banco central dos bancos centrais, que tem como objetivo interligar sistemas de vários países.
Outro esforço nesse sentido é o desenvolvimento do Real Digital que está em andamento no BC e no mercado. Um dos projetos escolhidos pelo Lift Lab, laboratório de inovação do BC, é o de permitir transferências internacionais entre Brasil e Colômbia, liderado pelo Itaú.