O impacto da pandemia de covid-19 impôs desafios nunca antes enfrentados pelas empresas brasileiras. Com resiliência e inovação, as maiores companhias do país conseguiram enfrentar as adversidades
Centro de São Paulo em dois momentos de 2020: no auge do fechamento da economia em abril e na reabertura parcial de dezembro (Germano Lüders e Eduardo Frazão/Exame)
Na história do capitalismo, poucos eventos tiveram tamanho impacto na economia global como o trazido pela pandemia de covid-19. Guerras e crises financeiras do passado também paralisaram as atividades em maior ou menor grau. Não se tem notícia de um acontecimento que tenha feito governos, empresas e cidadãos em diferentes partes do globo pararem suas atividades simultaneamente, como ocorreu em março de 2020. De forma inédita, o mundo adotou como estratégia o isolamento social para combater o avanço de um vírus desconhecido.
- O mundo segue mudando. Ao longo de 47 anos, o ranking das MELHORES E MAIORES da EXAME testemunhou os diferentes momentos da economia brasileira. Da hiperinflação dos anos 1980, das seguidas crises dos anos 1990 e dos altos e baixos na economia a partir dos anos 2000, as empresas brasileiras viveram cada uma dessas fases e acabaram sendo um retrato do país que se desenvolveu aos trancos e barrancos. E a pandemia que tirou a vida de 600.000 brasileiros se colocou como um novo desafio para o grupo das 627 maiores empresas do país, que conseguiram se adequar e superar um momento de adversidade singular. Em 2020, as maiores empresas brasileiras faturaram juntas 3,6 trilhões de reais, valor 9,1% maior do que no ano anterior. Quando descontada a inflação do período, o crescimento real das empresas foi de quase 4,5% — isso num ano em que o produto interno bruto (PIB) encolheu 4,1%. O lucro acumulado também surpreendeu: 208 bilhões de reais.