Mercado de trabalho segue dando sinais de recuperação. Mas indicadores antecedentes apontam para melhora mais lenta do que a ocorrida em 2021
O resultado do trimestre móvel aponta para uma melhora em relação ao contingente de desempregados. Em 2020, quando a Covid forçou o fechamento do comércio, serviços, e levou à paralisação de fábricas, a taxa de desemprego chegou a 13,8% na média anual.
Em 2021, o índice encerrou em 13,2%. O país fechou o ano com 13,9 milhões de pessoas na fila por um emprego, contingente que ficou estável frente ao ano anterior. Em 2019, a taxa anual de desemprego foi de 12%.
A pesquisa também mostra que cerca de 95,4 milhões de pessoas estavam ocupadas, uma alta de 1,6%. O nível da ocupação (percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar) foi estimado em 55,3%, mais 0,7 ponto percentual frente ao trimestre anterior.
Apesar da trajetória de queda do desemprego, economistas destacam que a recuperação do mercado de trabalho tem ocorrido, principalmente, em vagas informais, de baixa qualidade e menor rendimento.
Na semana passada, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) mostrou a criação de 155,2 mil vagas de trabalho com carteira assinada, uma desaceleração em janeiro comparada com o registrado no mesmo mês do ano passado, quando 254,3 mil vagas foram criadas.
O Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp) do Ibre, da FGV, cedeu 1,4 ponto em fevereiro, para 75,1 pontos. É a quarta queda seguida, levando o índice ao menor nível desde agosto de 2020 (74,8 pontos).
“Os últimos resultados sugerem que a recuperação do mercado de trabalho deve ser mais lenta do que a ocorrida em 2021. O ambiente macroeconômico difícil e potenciais riscos de aumento da incerteza global, não permitem vislumbrar uma mudança na trajetória do indicador no curto prazo”, afirmou Rodolpho Tobler, economista do FGV IBRE, em comentário.